O QUE IMPORTA É NASCER COM SAÚDE!?

Quem nunca ouviu essa expressão? Eu já ouvi inumeras vezes e sempre achei muito engraçado, porque afinal de contas se não nascer com saúde o amor irá diminuir? Sim, sim eu sei que a preocupação será em dobro e tudo mais, que não é facil ter um filho com alguma doença ou síndrome, mas essa frase nos mostra a raiz de um preconceito (que é gerado a partir do medo de ter um filho "diferente") que é transmitida de geração a geração. 

Entrando mais a fundo nessa questão do nascimento de uma criança com necessidades especiais é como a familia entra em choque inicial, muitas vezes entrando em um estado de luto. É a visão da eterna dependencia que a familia acaba por impor aos pequenos, atrapalhando por vezes na busca pela autonomia do ser em questão. A familia acaba criando uma rotina cerceadora na intenção de proteger. Não digo aqui que a questão de proteção e acolhimento não sejam muito nobres, mas sugiro uma revisão de valores na questão do desejar que a normalidade venha junto com o "manual de instruções" do novo ser. Acredito que ser familiar de uma pessoa com necessidades especiais, se olhado por outro prisma, acaba por ser uma dádiva, um crescimento pessoal, uma busca constante por conhecimentos e como eu disse em outras postagens: ver o mundo inclusivo, o mundo que deveria ser de todos e fica restrito a alguns. Acreditem existe magia no mundo quando acabamos por ver o diferente, quando não ditamos o que é "NORMAL" e o que é "ANORMAL". Ao convivermos (e compreendermos) com pessoas que possuam necessidades especiais nos tornamos seres humanos solidários, entendedores que todos tem um tempo próprio, um ritmo, uma visão diferenciada de mundo.  Diferentes pontos de vista são o motivo do mundo evoluir, pois se todos pensassemos igual não teria porque buscarmos mudanças, pois estariamos todos satisfeitos. 

Então sugiro que de agora em diante ao invés de dizermos "se vier com saúde está bom", que digamos "que venha para meus braços, isso já está muito bom".

Abaixo um video contendo uma música bem interessante que nos fala sobre a questão do padrão de normalidade (que não existe ao pé da letra).