segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O SEXO E AS NEGAS



Eu não escrevia a muito tempo, a falta de tempo me consome, porém ontem assistindo a globo de cara com a nova minissérie da Globo: "Sexo & as Negas". Como assim? Qual é o tipo de reforço de esteriótipo esse programa trás? Já parou pra pensar?

A série “Sexo & as Negas” será uma versão de “Sex & the City” ambientada no bairro de Cordovil, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o criador é o conhecido escritor e ator Miguel Falabella. A Série vem reforçar o esteriótipo preconceituoso que liga a mulher negra à pobreza, e o mais grave: "SEXO"? Essa palavra no título de dúbio sentido vem reforçar a mulher como forma-objeto. A mulher negra não tem seu lugar merecido representados na mídia, pois o Brasil é o segundo país "mais negro" do mundo e mesmo assim negras continuam sendo representadas com sensualidade e ligadas ao sexo e ao samba. Os negros e pardos são minoria entre os personagens da teledramaturgia e da publicidade e quando são incluídos fazem papeis ligados a classe pobre e da periferia. Não que não possamos retratar o subúrbio que faz parte da nossa realidade, mas porque a teledramaturgia insiste em reforçar o clichê de pobreza e negritude como sinônimos?


"Eu falo de mulheres que, por acaso, moram em uma comunidade, mas que querem ficar bonitas, querem arrumar homens que as amem e que cuidem de suas possíveis crias. É como qualquer outra mulher no mundo! São quatro mulheres negras de Cordovil, com os mesmos dramas das nova-iorquinas. Elas são vibrantes, extremamente arrumadas e donas de outra relação com o corpo", explica Falabella.

Notemos a fala do criador da minissérie, expressões como "Homens que cuidem de suas CRIAS" e "COM OUTRA RELAÇÃO COM O CORPO" trazem implícito a visão de uma mulher sem grandes perspectivas que tem CRIAS (?) , e a relação de sensualidade e vaidade com o corpo tão clara como água cristalina.
Sinto muito pela TV brasileira continuar a retratar as mulheres do nosso Brasil sendo em sua maioria branca, magra e com curvas avantajadas e naturalmente disponíveis para o sexo. Somos muito mais do que isso, alcançamos lugar de destaque dentro das universidades, do ambiente de trabalho, nos projetamos dentro de uma sociedade que ainda é em sua maioria machista e sexista, somos verdadeiras guerreiras. Esses programas televisivos continuam a agredir a imagem da mulher. Insisto em dizer que o fato de falar de mulheres negras dentro de uma periferia não é o tema da critica e sim nos escassos papéis com atores ou atrizes negros que são destinados, em sua maioria, a personagens de menor importância na trama ou com uma condição social mais baixa.
Que possamos ter uma visão crítica quanto as informações que recebemos todos os dias e possamos como cidadãos conscientes extirpar esse tipo de programação simplesmente NÃO DANDO IBOPE!

Blogs consultados: 
http://www.cafecomnoticias.com/2014/09/sexo-e-as-negas-quer-dar-um-novo-olhar.html#.VA3XO8KwKqY
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/vem-ai-na-globo-mais-uma-serie-para-colocar-as-negras-em-seu-devido-lugar/

2 comentários:

  1. Boa amiga... Mostra a mulher trabalhadora, que assume todos os lados sozinha. Que é mãe, dona de casa, trabalha e estuda sem precisar de alguém do lado. Independente e absolutamente dona de sua vida. Inteligência se começa com atitude, e isso mulher tem de sobra. Fã incondicional. Bjão

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  2. Obrigado querido. Que possamos seguir com ideias mais igualitárias e justas em nossa sociedade.!
    A admiração é recíproca Sergio!

    Abraços.

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